“Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.” (I Coríntios 13:12)
“Quem criou Deus?”. Essa provavelmente é uma das perguntas mais feitas pelos céticos, e por muitos cristãos também. É comum usarmos a lógica humana para tentar decifrar Deus, achando que tudo deve ter uma origem, e no fim nos frustrarmos. Os ateus se gabam pela resposta que não temos, mas se alguém perguntasse a eles: “Quem criou a matéria?”, se juntariam ao nosso silêncio.
Como você pôde ver, não vou dedicar esse artigo a isso, pois seria em vão. Então nos dediquemos a algo que sabemos: Quem criou os falsos deuses? O ser humano é especialista em criar divindades, destinadas a proteger seus povos e representar os mais diversos tipos de fenômeno. A mitologia grega me parece uma das mais interessantes. Deuses com sentimentos humanos: amor, ódio, ciúmes, prontos a trair, matar, e movidos por puro egoísmo. Rebaixados ao nível humano, esses deuses, como espécies de amuletos, são capazes de cercar de bênçãos seus fiéis, e ao mesmo tempo destruir aqueles que ameaçarem seus interesses escusos. Assim é a religião do homem como criador dos deuses, e não dos deuses criadores do homem.
Quando nos colocamos em nosso devido lugar, de criatura, vemos automaticamente um Deus original, com letra maiúscula. Imutável, está longe de se parecer conosco. Ao invés de rebaixar Seu caráter ao nosso nível, nos exige um padrão mais elevado: que sejamos semelhantes a Ele (Mateus 5:48). E o mais impressionante de tudo é que ao servir os propósitos divinos, Deus acaba servindo a humanidade. Somos prioridade do Pai.
Deus é tão complexo que nem as palavras da Bíblia, inspirada por Ele, conseguem retratar Sua imagem por completo (I Coríntios 13:12). Para descrever o divino seriam necessárias novas palavras, de origem divina. Quando lemos que Deus se irou, ou se arrependeu, na verdade precisamos entender que essas são as palavras que mais se aproximam do sentimento de Deus; porém o que Ele sentiu vai muito além disso. Sim, é exatamente o que você está pensando: Deus não te ama! Na verdade, “amor” é uma pobre expressão para retratar o coração divino. Deus sente por você muito mais do que “amor humano”…
Você escolhe o Deus que adora. Se optar por um deus à nossa imagem e semelhança, não precisará mover uma palha sequer para mudar sua vida, pois ele é quem deve se adaptar. Também poderá adorá-lo da forma que escolher; afinal de contas, você quem manda: o criador dita as regras! Ele não repreende, não pune, apenas “ama”, e da forma que esperamos ser amados: na base da troca. Espere tudo dele, menos que ele exista.
Porém, se apesar de confortável e tentador, esse discurso não fizer sentido para você, esteja pronto para outra realidade: como somos nós as criaturas, não é Ele quem se encaixa em nossos padrões, e sim nosso caráter que deve se adequar ao dEle. Se fomos criados, é um grande indício de que estamos aqui para cumprir algum propósito, concorda? Isto leva a outra realidade difícil de entender: Deus não é um guarda-chuva, lembrado nas tempestades da vida, porém esquecido atrás da porta nos dias ensolarados. Ou você sempre anda com Ele, ou anda sem Ele.
Você está preparado para se relacionar com esse Deus? Ele sempre esteve pronto para Se encontrar com você, faça sol ou faça chuva…
por Fábio Paradela