Igreja Adventista do Sétimo Dia de Americanópolis


O louco de Cafarnaum

Jesus estava falando na sinagoga sobre o reino que Ele tinha vindo estabelecer, e sobre a missão dEle: libertar os escravos do diabo. De repente, foi interrompido por um grito agudo e aterrorizante. Um louco vinha saindo do meio do povo, exclamando: “O que nós temos a ver com Você, Jesus de Nazaré? Você veio nos destruir? Eu sei bem Quem Você é: o Santo de Deus!”

Tomado por espíritos imundos, esse homem tinha virado um espetáculo terrível para seus amigos, e um fardo para ele mesmo. A causa dessa aflição estava escondida em sua própria história. Ele tinha sido fascinado pelos prazeres do pecado, e pensou que podia transformar a vida num grande carnaval. Nunca tinha sonhado em virar um terror pro mundo e uma vergonha pra sua família; só achou que podia gastar seu tempo em alguns “exageros inocentes”. Só que, depois que começou a descer, embalou rapidamente: a intemperança e o descuido destruíram as suas capacidades mentais, e Satanás tomou conta dele todo.

Quando ficou com remorso, era tarde demais. A mesma coisa acontece com todos que cedem ao maligno: o que era um prazer fascinante no começo acaba virando trevas de desespero e deixando a alma arruinada.

O espírito mau que possuía aquele louco era o mesmo que tinha tentado a Jesus no deserto, e era também o mesmo que dominava os judeus incrédulos. Mas neles, ele assumia um ar de piedade. Assim ele enganava aquela gente até mesmo sobre os reais motivos que eles próprios tinham pra rejeitar o Salvador!

A situação deles era mais desesperadora que a do endemoninhado, porque quem não sente necessidade de Cristo está bem seguro nas garras de Satanás. Os professores e guias de Israel não davam atenção ao único jeito que existe pra vencer os maus espíritos: foi pela Palavra de Deus que Jesus derrotou o maligno. Eles se diziam especialistas na Palavra, mas só usavam a Bíblia pra apoiar suas tradições, e negavam as verdades mais importantes. Desse modo eles promoviam a infidelidade, roubavam o poder da Palavra de Deus, e os espíritos maus podiam trabalhar à vontade.

Do mesmo jeito que foi naquela época, vai ser até a grande batalha final entre o bem e o mal. A história está se repetindo. Os líderes religiosos estão destruindo a fé na Bíblia como a Palavra de Deus; e depois que ela é rejeitada, você nem calcula a que profundidade de degradação o sujeito pode mergulhar. Os pecados escondidos ou os vícios dominadores deixam a pessoa tão impotente quanto o endemoninhado de Cafarnaum.

Mas esse estado não é desesperador. Existe um jeito de vencer o maligno; o mesmo que Jesus usou: o poder da Palavra da Verdade. “Vocês vão conhecer a verdade, e ela vai libertar vocês” (João 8:32). Todo homem sempre tem a liberdade de escolher a quem ele vai servir. Ninguém caiu tão fundo, ninguém é tão ruim, que não possa mais encontrar a libertação em Cristo. Deus não deixa de atender nenhum grito de uma alma em necessidade – mesmo que não seja expresso por palavras. Os espíritos das trevas vão lutar pela pessoa, mas os anjos de Deus vão defendê-la, e vencerão. Em Isaías 49:24 e 25, Deus pergunta: “Por acaso alguém salvaria a vítima do guerreiro valente? Ou os presos justamente escapariam?”, e Ele mesmo responde: “Com certeza os presos serão libertados, e a vítima do tirano vai sobreviver; porque Eu mesmo entrarei na batalha – Eu vou lutar contra quem te ameaçar, e vou resgatar os teus filhos!”

“Mas Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te, e sai dele. Então o espírito imundo, convulsionando-o e clamando com grande voz, saiu dele. E todos se maravilharam a ponto de perguntarem entre si, dizendo: Que é isto? Uma nova doutrina com autoridade! Pois Ele ordena aos espíritos imundos, e eles Lhe obedecem!” (Marcos 1:25-27)

(Durante o período em que fizemos um estudo em grupo sobre “Liberdade em Cristo”, eu transcrevi este trecho interessantíssimo do capítulo 26 de “O Desejado de Todas as Nações”, de Ellen G. White.)

por Ederson Peka